Não gostamos de fazer
as coisas por obrigação. Dá a impressão de que estamos a submeter-nos a um
pedido despropositado e a ser inferiorizados. Esperneamos, argumentamos,
reclamamos, mas não adianta. Obrigação significa ausência de diálogo. Não há
opção. Não opine! Não discuta! Não há escolha.
Acredito que, fora do
momento de combate, em nenhum outro momento o soldado romano era mais odiado do
que quando recrutava um civil para levar as suas armas e equipamento. Mas Jesus
não limitou a questão ao soldado romano: “Se alguém o forçar a caminhar com ele
uma milha, vá com ele duas.”
Uma das características do verdadeiro cristianismo é
produzir homens e mulheres da segunda milha. E o importante é como caminhar a
segunda milha. Tenho que andar nela com alegria, com entusiasmo, sem
ressentimento e sem reclamação.
Na primeira milha, vamos
encontrar gente que chega na hora e sai na hora. Na segunda, encontramo-nos com
quem chega antes e sai depois.
Na primeira milha, vamos
encontrar pessoas que fazem até 95% do trabalho. Na segunda, pessoas que vão
dos 95% aos 100%. Na primeira milha, encontramos pessoas que inventam qualquer pretexto
para se ausentar do trabalho. Na segunda, vamos ter como companheiros gente
disposta a dar mais energia do que se espera e até a se sacrificar.
A primeira milha está
sempre cheia, congestionada. Os que viajam nela são os que perguntam: “Como é
que eu posso fazer o mínimo e, mesmo assim, sobreviver no emprego?”
Somos chamados a andar a segunda milha mesmo quando a mesa está
abarrotada de trabalho e as pessoas chegam fora de hora. Quando vem um pedido
no fim do expediente e você está com acúmulo de trabalho. Quando passam para
você uma carga extra de trabalho de outra pessoa que é “folgada” e preguiçosa.
Você anda a segunda milha quando faz mais do que lhe estão a pedir. Até mesmo
quando lhe pedem que faça uma coisa de que você não gosta, ou que seja
desinteressante para você.
Em todos os postos de
trabalho, em todas as posições, precisamos hoje de gente da segunda milha. Se a
lei do menor esforço prevaleceu durante algum tempo, você deve estar atento
porque, mesmo sem se falar de “segunda milha”, valoriza-se a tenacidade e a
dedicação no trabalho.
Será que você pode
honestamente dizer que é uma pessoa da segunda milha?
Meditações da Mulher, 2011