Ninguém tenha de si
mesmo um conceito mais elevado do que deve ter. Romanos 12:3
Marian Anderson,
grande contralto, mundialmente aclamada, era uma pessoa simples. Apesar de sua
fama, permaneceu como exemplo de humildade para todos. Em uma entrevista, o
repórter perguntou para ela qual foi o grande momento de sua vida. Ela poderia
ter mencionado a noite em que o maestro Arturo Toscanini anunciou: “Uma voz
como esta aparece uma vez em cada século.” Ela se tornou delegada da ONU,
cantou para a rainha da Inglaterra e foi condecorada com a cobiçada Medalha
Presidencial da Liberdade.
Qual desses momentos
ela escolheu? Nenhum deles. Marian Anderson disse ao repórter que o maior
momento da vida dela havia sido o dia em que chegou em casa e disse à sua mãe
que ela não mais precisaria lavar roupa.
Faz parte da
humildade saber sua importância pessoal e se manter no seu lugar. Faz parte
também uma avaliação sincera de você mesmo e de suas capacidades. Não significa
se vestir de saco e cinza com falsa modéstia. A humildade também não está
ligada à fraqueza, como muitos pensam. Também não tem que ver com permitir que
tirem vantagem de nós. Nem tampouco se tornar capacho na família, no trabalho e
dos amigos, ou aceitar mansamente os revezes.
Humildade é uma
palavra que quase desapareceu do nosso vocabulário e senso comum. Parece que
foi distorcido aquilo que admitíamos ser um atributo desejável de caráter.
Como ter um conceito
equilibrado de mim mesmo? Paulo tem a resposta: “Seja a atitude de vocês a
mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a
Deus era algo a que devia apegar-se; e, sendo encontrado em forma humana
humilhou-Se a Si mesmo” (Fp 2:5, 6, 8).
Quando você tem um
conceito de si mesmo “mais elevado do que deve ter”, não pensa em coisas como
pedir desculpas, admitir erros, mudar de rumo ou se submeter à orientação de
outro.
Como demonstrar
humildade? Apresentando-me a tempo para os compromissos e honrando promessas.
Mantendo a atitude de um eterno aprendiz, mesmo diante das coisas que já sei.
Escutando mais do que falando. Expressando gratidão a Deus por Ele Se
relacionar comigo.
A versão de Phillips
traduz o texto de hoje assim: “Não acalentem ideias exageradas sobre vós mesmos
ou acerca da vossa própria importância, mas procurem fazer juízo correto das
vossas capacidades à luz da fé que Deus vos deu” (Rm 12:3).
Tendo-o provado, Jesus disse: “Está consumado!” João 19:30
Os Evangelhos mencionam pouco da vida de Jesus desde Seu nascimento até o batismo. No entanto, alguns Evangelhos chegam a dedicar de um terço até a metade do espaço para os acontecimentos da última semana da vida do Mestre. Um desses detalhes é a repetição do número sete nos acontecimentos relacionados com a crucifixão.
Jesus passou por sete julgamentos – diante de Anás, Caifás, duas vezes no Sinédrio, uma vez diante de Herodes e duas vezes perante Pilatos. As acusações contra Jesus também somam sete: Ele ameaçou destruir o templo, chamaram-nO malfeitor, perverteu a nação, proibiu o povo de pagar tributo, incitou a multidão, disse ser rei e pretendeu ser Filho de Deus.
Em contraste, temos também sete testemunhas a favor de Sua inocência. A mulher de Pilatos o avisou dizendo: “Não se envolva com este inocente” (Mt 27:19). “Traí sangue inocente” (Mt 27:4), disse Judas. Pilatos disse: “Não acho nEle motivo algum de acusação” (Jo 18:38). “Este homem não cometeu nenhum mal” (Lc 23:41), proferiu o ladrão na cruz. Mais tarde o centurião acrescentou: “Este homem era justo” (Lc 23:47).
João relata também as sete perguntas que Pilatos fez a Jesus: “Você é o rei dos judeus?”, “Que é que Você fez?”, “Então, Você é rei!”, “Que é a verdade?”, “De onde Você vem?”, “Você Se nega a falar comigo?” E sua última pergunta foi: “Não sabe que eu tenho autoridade para libertá-Lo e para crucificá-Lo?” (Jo 18:33, 35, 37, 38; 19:9, 10).
Finalmente, temos as sete frases na cruz, pronunciadas apenas para um grupo de amigos e pessoas que estavam próximas. Por trás da última frase de Jesus – “Está consumado!” –, há um oceano de significado. “Consumado” era a palavra usada pelo empregado ao trazer o relatório do trabalho feito e do comerciante, ao constatar que o débito havia sido pago. Era também a palavra do pintor que, ao contemplar sua obra, dava um passo atrás e dizia: “Tetesletai.”
E Jesus, mesmo sangrando, pronunciou-a em voz de triunfo: “Eu venci. Tudo o que necessitava ser feito foi feito.” João, que havia escutado o “Está consumado!” na cruz, muitos anos depois, já idoso e na Ilha de Patmos, ouviu Jesus dizer: “Está feito” (Ap 21:6). Na primeira vez, a frase foi dita na cruz; na segunda, foi proferida do trono de Deus, proclamando a vitória final. Entre as duas declarações, está a história da igreja, a sua história e a minha. Jesus nos quer como vencedores. “O vencedor herdará tudo isto, e Eu serei seu Deus e ele será Meu filho” (Ap 21:7).
TULIPAS - HOLANDA
A graça do Senhor Jesus seja com todos. Apocalipse 22:21
As últimas palavras de qualquer livro são escolhidas cuidadosamente pelo escritor. Depois de ter encantado os leitores com tudo o que disse e escreveu, que frase teria o autor para fechar o livro? Talvez algum desejo de que alguma coisa muito boa acompanhe o leitor ao longo de sua vida. João expressou isso em oito palavras: “A graça do Senhor Jesus seja com todos.”
Essa é a última oração da Bíblia, feita pelo último dos apóstolos. Há alguma razão pela qual Deus tenha colocado essa oração onde está? Ela foi proferida pelo homem que se reclinava sobre o peito de Jesus e que tinha experimentado a graça de Deus.
Depois de ter uma visão do que seria o mundo vindouro, João diz: “Vem, Senhor Jesus!” (v. 20). E acrescenta: “A graça do Senhor Jesus seja com todos.”
O pastor Brian Bill diz que para sermos aceitos pela graça de Deus não é necessário nos submetermos a nenhum exame ou prova, mas “quando estivermos diante de Deus, olharmos para trás e virmos o que fomos, o poço de onde fomos resgatados, e lembrarmos como era confusa nossa vida; quando nos lembrarmos como Deus nos alcançou e adotou em Sua família e como nos segurou com Sua mão; e quando virmos a Jesus, que Se deu a Si mesmo por nós, a única prova será quem de nós cantará mais alto ‘Preciosa graça que salvou um pecador que sou eu’”.
Aqueles que procuraram escrever sobre a graça, tentaram falar sobre ela, chamaram-na de maravilhosa, abundante, infinita e generosa. E é sob a proteção dessa graça que vamos estar no próximo ano. Nunca seremos capazes de esgotar o manancial de graça de Deus para tudo aquilo que necessitamos. Assim, não termine o ano sem ela e não comece o ano sem ela.
Vamos receber uma medida ilimitada para cada situação e cada desafio que cruzarmos no caminho.
Que cada palavra seja cheia de graça. Que nossa vida envie um raio de luz para todos os que entrarem em contato conosco.
“E eu disse ao homem que se achava à entrada do ano: ‘Dê-me uma luz, para que eu possa caminhar seguro para o desconhecido’, e ele respondeu: ‘Vá, adentre as trevas e ponha sua mão na mão de Deus. Isto lhe será melhor que a luz e mais seguro que uma estrada conhecida.’ Assim, avancei e, encontrando a mão de Deus, caminhei alegremente pela noite” (M. Luisa Haskins).
Que a graça de Deus esteja com você e o abrace em cada dia do ano.
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